Cuidado Ou Dano?

Vídeo: Cuidado Ou Dano?

Vídeo: Cuidado Ou Dano?
Vídeo: ADESTRAR CÃES É FÁCIL! | MACETES E DISPOSITIVOS SIMPLES PARA QUEM TEM BICHINHOS DE ESTIMAÇÃO 2024, Maio
Cuidado Ou Dano?
Cuidado Ou Dano?
Anonim

Hoje tive uma transmissão interessante sobre o tópico de como cuidar difere de superproteção. Em suma, cuidar é o que fazemos pelos outros para melhorar suas vidas. Mas é importante lembrar (se esta não for uma situação crítica e não uma questão de vida ou morte) que qualquer ajuda deve ser fornecida estritamente mediante solicitação. Até mesmo um bebê que está amamentando é capaz de dar um sinal de que precisa de algo. Por exemplo, ele grita quando está com fome. E a alimentação sob demanda é uma manifestação da preocupação materna - o desejo de criar um ambiente confortável. O carinho pode ser expresso no desejo de ajudar, proteger, ensinar. Mas é saudável e seguro para os outros apenas quando o outro realmente precisa dele. Se ao cuidarmos privamos uma pessoa de independência, tomamos decisões por ela, impedimos que ela se desenvolva, cresça e aprenda a estar atenta às suas necessidades, então isso não é mais uma preocupação, mas uma superproteção. Por parte do cuidador, esse é o desejo de controle e a implantação de seus próprios complexos - por exemplo, uma tentativa de ser necessário. A superproteção costuma ser considerada amor. Ok, isso é amor, mas não para aquele de quem cuidamos, mas para nós mesmos. Para a enfermaria, este é um desserviço, repleto de neuroses e fobias - qualquer coisa além do desenvolvimento pessoal saudável.

Os pais devem encontrar um equilíbrio entre ajudar e impor. Decidindo tudo pelos outros, tiramos deles o sentido da vida. Por exemplo, para o desenvolvimento, as crianças precisam experimentar emoções, incluindo as negativas, como medo ou raiva. A tarefa dos pais não é proteger a criança dessa experiência, mas ensiná-la a reagir de maneira adequada. Em psicologia, isso é chamado de contenção - quando a mãe ou o pai podem se acalmar, explicar, apoiar, mas ao mesmo tempo dar ao pequenino a oportunidade de viver essa experiência por conta própria. Na idade adulta, essa função é desempenhada por um psicólogo que ajuda a lidar com emoções, sentimentos e problemas em um ambiente seguro. Mas é importante lidar sozinho - quando ninguém toma a iniciativa e toma decisões por você. Caso contrário, é um caminho direto para o desamparo aprendido.

Síndrome do desamparo aprendido - o próprio termo foi cunhado no final dos anos 60 pelo psicólogo americano Martin Seligman. O fenômeno é certamente muito mais antigo. Desamparo aprendido é um estado de impotência e falta de iniciativa, quando não há incentivo para fazer algo para mudar (melhorar) seu estado. E é assustador observar adultos que são pessoas fisicamente saudáveis, incapazes de viver por conta própria, sem olhar para trás para a opinião de outra pessoa, sem chance de construir suas próprias vidas. E tudo começa com "cuidado". Por exemplo, uma criança tenta amarrar o cadarço sozinha, mas você não permite - porque você está com pressa e não tem tempo para esperar. Ou você mesmo limpa o viveiro porque é mais rápido e melhor. Não incentive a lavagem da louça - porque o adolescente não fará isso perfeitamente. Não há fim para essa superproteção. Lembre-se da velha piada quando a mãe chama o filho para casa e ele pergunta: “Mãe, o quê? Estou cansado ou com frio? "Você está com fome." A superproteção priva a pessoa não só da independência, mas também da sensação de seu próprio corpo, das necessidades - físicas e emocionais. Isso leva à apatia, à depressão, ao sentimento de perda de liberdade e à falta de fé nas próprias forças - tira tudo o que é tão necessário para o crescimento, o desenvolvimento e uma vida plena.

Como parar de cuidar de uma criança? Trate-o como uma pessoa independente, e não como uma continuação sua. Não projete nele seus desejos, ambições, aspirações e medos. Mais frequentemente, pergunte-se: "por quem estou fazendo isso agora" e "o que acontecerá se eu não fizer isso". No meu exemplo com atacadores, nós os amarramos para nós mesmos - porque estamos com pressa. Será muito melhor para a criança dedicar um pouco mais de tempo e aprender como fazer por conta própria. O mesmo se aplica à comida. Se uma pessoa não está com fome, não há necessidade de forçar o mingau para o pai e a mãe. É melhor cuidar de uma alimentação adequada e variada, um sono saudável, uma rotina diária sem gadgets constantes e aulas intermináveis, mas com atividade física adequada e caminhadas ao ar livre para abrir o apetite.

Lembre-se de que cuidar deve ser benéfico, não prejudicial. Cuidem uns dos outros e sejam saudáveis.

Recomendado: