Sobre Fadiga Crônica

Vídeo: Sobre Fadiga Crônica

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Vídeo: Fadiga Crônica - O Que é Síndrome da Fadiga Crônica 2024, Maio
Sobre Fadiga Crônica
Sobre Fadiga Crônica
Anonim

E a fadiga crônica, que é um sintoma comum hoje em dia? Suas manifestações podem ser as seguintes: fadiga rápida, sonolência, sensação de cansaço pela manhã, etc. Ela é freqüentemente notada após um curto esforço físico e várias atividades e situações que requerem concentração.

Existem muitas razões para a fadiga crônica. Estas podem ser razões fisiológicas e psicológicas. Neste artigo, examinaremos as causas psicanalíticas da fadiga.

Por um lado, pode-se falar em cansaço, pela dificuldade de fazer uma pausa no tempo de descanso. Muitas pessoas se esquecem desse processo, sem fazer pausas no trabalho ou qualquer outra atividade que requeira um gasto físico e mental ativo. O ritmo da vida está se acelerando tanto que a pessoa não consegue parar. Mas aqui surge outra questão, que se você não consegue parar, não por causa de apenas um hábito, mas é um certo sintoma?

Na psicanálise, qualquer sintoma é considerado como aquele que serve a alguma coisa. Freqüentemente, o processo de atividade vigorosa sem pausas serve para ignorar um certo estado de espírito. Esse estresse mental, que não pode ser aceito, compreendido e expressado por si mesmo de alguma forma aceitável, começa a ser evitado em atividades vigorosas, o que então leva a uma fadiga severa. A recuperação demora mais do que o esperado. Em seguida, a pessoa pode falar sobre o estado de fadiga crônica.

Podemos dizer que a atividade vigorosa conecta um certo estresse mental ao nível físico, descarregando-o em uma resposta comportamental. O problema é que não pode ser totalmente expresso. A pessoa é obrigada a recorrer a este método repetidas vezes, não deixando energia para um tipo de atividade mais calma ou limitando-se ao automatismo da repetição, não obtendo mais prazer com o processo.

O psicanalista Gerard Schweck descreve esse automatismo como repetição compulsiva associada ao trauma. Seguindo um ponto de vista econômico sobre o funcionamento do psiquismo, ele observa que esse impulso de repetição atua em técnicas autolimpantes ao tentar em vão reduzir a excitação mental, recorrendo a um tipo diferente de excitação.

O psicanalista Pierre Marty considera a fadiga mental em termos de negatividade mental. Ele o definiu como um sentimento que acompanha e expressa o gasto excessivo de energia. Esses custos são projetados para inibir sentimentos e expressão de emoções. O descompasso entre a força dos sentimentos e sua contenção leva ao fato de que parte da energia não sai e é usada para criar um freio que regula a contenção, o que cria condições para a fadiga.

O psicanalista de relações objetais Harry Guntrip também observa a incapacidade de permanecer em um estado de repouso passivo, relacionando a depressão ao fato de ser baseada em manifestações esquizóides, onde a incapacidade de permanecer em um estado de repouso passivo está associada ao medo da desintegração do ego. A rejeição da própria fraqueza está subjacente a esse medo, aquela fraqueza que se formou na forma de um ambiente inicial sem apoio, formando um self rígido.

Esse tipo de funcionamento psicossomático pode falar de um certo tipo de depressão, onde os sintomas de depressão podem estar ausentes e, em seu lugar, aparecem apatia e fadiga. Pierre Marty ressalta que essa depressão não tem objeto. Não há nenhum objeto aqui que se perca, como no caso da depressão clássica, e é de natureza narcisista.

Se falamos da depressão do ponto de vista da estrutura proposta por Jacques Lacan, podemos dizer que existe um ideal próprio muito rígido, destinado a preservar o que essa ordem simbólica exige dele, aquelas exigências que parecem necessitar ser conhecido. A atividade aqui está associada não tanto à atividade em si, mas à capacidade de manter a posição do ideal, mas onde absolutamente tudo o que não corresponde a ela é absolutamente aceito. Assim, não só o esgotamento físico leva ao cansaço crônico, mas também a rejeição do sujeito pelo lado do ideal que o sustentou por algum tempo e cuja rigidez não permite levar outros fatos em consideração.

Mas aqui é importante não só aceitar, como tal, que há uma certa impossibilidade de ser constantemente mantido em uma posição ideal, mas a capacidade de construir um eu ideal, que difere do ideal-eu por possuir o caráter de integridade, que é essencial para a percepção, sua ausência leva à ocorrência de uma ansiedade tremenda. No caso de depressão, melancolia, a incapacidade de confiar no próprio eu ideal e a incapacidade de manter uma posição constante do eu ideal podem levar o sujeito a ser jogado na posição de um objeto, onde a imagem de si mesmo se desintegra e somente permanece uma demanda inexorável, que não se atende.

No processo da psicanálise, da psicoterapia psicanalítica, é possível entender como o próprio eu foi construído, ver sua imagem holística e encontrar algo que ajude a resistir a demandas desnecessárias e a sustentar os próprios desejos. Uma psicóloga, psicoterapeuta psicanalítica, auxilia nessa questão com o auxílio de uma conversa que visa apoiar, aceitar e explorar as dificuldades.

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