Um Bom Relacionamento Com Um Adolescente. É Possível?

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Um Bom Relacionamento Com Um Adolescente. É Possível?
Anonim

O tema relacionamento e compreensão mútua com as crianças é muito relevante e ganha especial significado durante a crise da adolescência.

Por quê? Sim, porque se antes da idade de transição a comunicação na família com as crianças era aberta e confidencial, então quando durante uma crise um adolescente começa a se comportar de forma agressiva, imprevisível e emocionalmente, isso se torna uma surpresa desagradável para os pais, e a reação deles deve seja apropriado.

Se, antes dos 12 anos, o relacionamento entre os pais e a criança já era emocionalmente frio e tenso, então não será possível evitar conflitos e estranheza nos próximos 3-4 anos.

Como você pode manter ou recriar um bom relacionamento com seu filho adolescente?

Vou começar em ordem. Quando as crianças vêm aos meus treinamentos para adolescentes, sempre faço a pergunta: "Que problemas cada um de vocês gostaria de resolver durante o treinamento?" E as crianças se revezam conversando sobre o que exatamente querem aprender e com o que exatamente estão preocupadas no momento. Na maioria dos casos, os adolescentes vêm para os treinamentos depois de saberem sobre o evento com seus pais. Quando os pais me ligam para inscrever uma criança em uma aula, pergunto a idade, sexo, nome da criança e por que ou por que a estão enviando para o treinamento. Assim, na hora da aula, tenho dois pedidos: dos pais e do próprio adolescente.

Na maioria dos casos, os pais estão preocupados com:

1. Desempenho de queda da criança;

2. Sua agressividade;

3. Dependência de Internet.

Na maioria dos casos, os adolescentes desejam lidar com:

  1. Construir uma comunicação bem-sucedida com os pares;
  2. Desejos e objetivos próprios;
  3. Problemas com o sexo oposto.

É fácil perceber que os problemas dos pais que enviaram seus filhos para a formação não se sobrepõem aos problemas que preocupam os próprios filhos, ou seja, os pais se preocupam com a criança à sua maneira, e a criança se preocupa consigo mesma em seu próprio caminho. Essas experiências são dois planos diferentes que podem nunca se encontrar.

Por exemplo, uma situação específica: uma criança não tem amigos na sala de aula, não consegue estabelecer contacto com os pares, o seu desempenho escolar em declínio (já atingiu 2 pontos nas disciplinas básicas) não a incomoda na medida em que se preocupa com o seu estado na sala de aula, sobre como obter o reconhecimento dos colegas. Ele se preocupa por ser um "perdedor solitário". As constantes demandas dos pais em dar mais atenção aos estudos causam agressões e resistências no adolescente. E a Internet se tornou para ele o lugar onde ele pode, metaforicamente falando, “relaxar”, porque na Internet não há necessidade de se estressar com sua aparência e com o que alguém precisa dizer. “Você não precisa se sentir solitário lá, você pode apenas sentar e não pensar em nada, como o que quiser”, diz o cara. Seus pais, por sua vez, estão se tornando cada vez mais agressivos com a criança a cada mês, pois para eles o problema se dá no contexto das notas baixas e da perspectiva perdida de ingressar nas universidades que foram planejadas. Escândalos na família tornaram-se mais frequentes, o filho começou a desenvolver problemas de saúde (coração, estômago), não há entendimento mútuo entre o filho e os pais.

Então, como podemos ver, as experiências de pais e adolescentes são muito diferentes. Os adultos querem que as crianças sejam obedientes, estudem bem e não naveguem na Internet. As crianças querem que os adultos "fiquem de fora" em seus assuntos, para lhes dar dinheiro e liberdade.

Parece que um conflito de interesses não pode ser evitado. Como ser?

Pode parecer banal, mas para resolver esse problema global, você só precisa SE ENCONTRAR. Como é isso, você pergunta? Por um lado, é simples, por outro, é difícil. Sem resistir, sem usar o poder, sem querer fazer apesar de, sem hostilidade antecipada para ESCUTAR desejos, interesses, sonhos e talvez as demandas uns dos outros. VEJA ao mesmo tempo os olhos, as expressões faciais, os gestos. SINTA seu filho ou pai. DÊ FEEDBACK a tudo que você ouviu e viu, expresse sua opinião com calma e OUÇA sua opinião em resposta. Isto é, entrar em diálogo para que os planos de que falei acima se cruzem. Para destacar as prioridades comuns, desenvolva um objetivo GERAL e uma estratégia, regras para a comunicação na família. Pode ser muito difícil fazer isso sozinho, especialmente quando o relacionamento já está tenso. Para tanto, foram criadas oficinas de capacitação especial para crianças e pais e estão sendo realizadas consultas psicológicas familiares em pares.

Pais e filhos que não conseguem encontrar uma linguagem comum para o diálogo precisam mudar os estereótipos anteriores de comportamento, tornar-se mais flexíveis nos relacionamentos, ou seja:

  1. Os pais devem parar de usar posições exclusivamente autoritárias para influenciar e persuadir a criança e aprender a dar a ela a oportunidade de fazer sua própria escolha;
  2. O adolescente deve parar de culpar os outros (pais, colegas, professores) e a responsabilidade por tudo o que acontece com ele - notas ruins, incapacidade de se comunicar, falta de vontade de ir a clubes esportivos, etc. Afinal, liberdade e crescimento consistem no fato de que você mesmo tem que assumir a responsabilidade por suas próprias escolhas e ações perfeitas e imperfeitas.

Então, relação - esta é uma troca de pensamentos, ações, planos, é a capacidade de dar e receber, e não apenas de “ficar com os chifres” e insistir no próprio.

Bom relacionamento - é sempre a criatividade e a arte da comunicação.

Um bom relacionamento com um adolescente - este é um experimento diário, do qual depende em grande parte a vida futura de duas pessoas que se amam ou se odeiam - uma criança em crescimento e um pai.

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