2024 Autor: Harry Day | [email protected]. Última modificação: 2023-12-17 15:52
Apesar da crescente disponibilidade de academias e clubes de ginástica, descobri que a maioria de nós usa o corpo de maneira ineficaz e ineficaz. Em sessões de terapia orientada para o corpo, a maioria dos pacientes mostra desconexão de seu corpo, eles não conseguem sentir.
As razões para tal relacionamento com seu corpo são muitas: essas são crenças ossificadas sobre a aparência do corpo, controle excessivo sobre os movimentos do corpo, o desejo de causar uma certa impressão e, não menos importante, a paixão por técnicas espirituais destinadas a reduzir a identificação com seu corpo ("Quem sou eu? - Não sou o corpo.")
A aparência e o comportamento do nosso corpo afetam a forma como as pessoas nos percebem. Em um mundo onde a importância das primeiras impressões é universalmente enfatizada, o desejo de causar uma primeira impressão agradável - que o "habitante" do corpo percebe como positiva - é natural e compreensível.
A descoberta paradoxal é que há uma diferença entre como pensamos, como nosso corpo se parece por fora e como realmente se parece por fora. A fixação nos movimentos do corpo e a preocupação com a aparência do corpo por fora, em vez de estar conscientemente em seu corpo, têm o efeito oposto.
Cada pessoa "remove" intuitivamente a presença ou rigidez no corpo do interlocutor. Os corpos presentes, ou seja, aqueles que estão no fluxo, são percebidos por nós como leves, naturais e convidativos. Corpos espremidos, bem treinados e cuidadosamente controlados, percebemos como sólidos, de pedra e não fluentes. Uma atmosfera de fingimento paira sobre essas pessoas.
Eu encontrei vários comportamentos que interferem no gozo do meu próprio corpo no espaço:
1. Uma tentativa de combater a gravidade. A vontade de voar alto e a percepção do corpo como lastro, impedindo o vôo.
2. Descentralização do corpo. Falta de equilíbrio.
3. Reflexão constante sobre a aparência do corpo no espaço: de fora, do ponto de vista do interlocutor, ao invés de “encher” seu corpo de si mesmo e sentir sua integridade.
Qualquer movimento feito pelo corpo, passamos pelo filtro da percepção. Classificamos algumas ações como belas, outras como ridículas, embaraçosas. O desejo de realizar apenas ações bonitas e evitar coisas desajeitadas mergulha o corpo em tensão constante. O fluxo de energia que alimenta o corpo é bloqueado e todas as atividades produzidas a partir desse estado parecem não naturais, repulsivas e contraídas.
4. Relutância em sentir.
Existem muitas áreas em nossos corpos onde ficamos doloridos repetidamente. Pode ser dor física: por exemplo, dor no joelho após cair de um escorregador ou dor mental sentida no meio do peito, que uma vez surgiu como resultado de uma traição. Quando experimentamos múltiplos traumas que ressoam em diferentes partes do nosso corpo, começamos a perceber essas partes do corpo como vulneráveis, danificadas. Evitamos a ocorrência de sensibilidade nessas áreas, pois qualquer sensibilidade pode significar uma repetição do trauma.
A maioria das pessoas é incapaz de aceitar seus corpos como são. Pensamos que se começarmos a perceber nosso corpo de uma maneira diferente, abstraindo-se da negatividade inundante com o simples pensamento disso, nosso corpo se corrigirá e começará a se sentir diferente. Parte dessa maneira de pensar faz sentido: a forma como experimentamos nosso corpo é amplamente determinada pela percepção. O lado perigoso dessa prática, se a fizermos isolados do trabalho com uma realidade ignorada, mas real, é que, dessa forma, exacerbamos a supressão das emoções negativas, evitando assim nossa própria liberação. A supressão acumulada não desaparece em lugar nenhum: ficam apenas definhando no calabouço do nosso ser, às vezes se apossando de nós como uma subpersonalidade desagradável.
Qualquer corpo, em qualquer estado em que se encontre agora, pode ser equilibrado, tornando assim a sua permanência nele feliz e alegre. O corpo, na forma em que existe aqui e agora, deve ser sempre o ponto de partida.
Para se conectar com seu corpo, tente um exercício simples:
Ficar em pé. Sinta todo o seu corpo. Sinta como a força da gravidade atua no corpo.
Encontre o seu centro de gravidade. Para a maioria das pessoas, ele está localizado um pouco abaixo do umbigo. Faça um movimento: por exemplo, levante a perna e, se possível, encontre o equilíbrio apoiando-se em uma perna só. Ao realizar uma ação, preste atenção ao impulso que ocorre antes da ação e ativa essa ação. Faça com que esse impulso venha do seu centro de gravidade. Os membros e o tronco devem estar relaxados, inclusive durante a execução da ação.
A eficiência do tráfego é determinada por três coisas:
A) nossa presença no corpo, a sensação de nosso corpo inteiramente no momento da ação;
B) uma sensação de espaço ao redor do corpo;
C) a disposição de antecipar o resultado antes que a ação seja realizada.
Estar ciente de seu corpo é um ótimo começo no caminho do relaxamento. O sentimento consciente é alcançado por meio de práticas corporais, hipnose regressiva orientada para o corpo, identificação consciente de áreas tensas e seu subsequente relaxamento, Tai Chi e artes marciais, meditação dinâmica.
A boa notícia é que nossos corpos foram projetados desde o início para que os movimentos sejam simples e fáceis, e o uso do corpo seja indolor e sem problemas. Em minha prática, descobri que qualquer pessoa, qualquer que seja sua relação com seu corpo, pode desenvolver uma maneira mais consciente e agradável de estar no corpo, posicionando seu corpo no espaço e realizando ações eficazes e graciosas.
Lilia Cardenas, psicólogo integral, hipnologista, terapeuta somático
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