Papai Nos Deixou

Vídeo: Papai Nos Deixou

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Anonim

Papai nos deixou.

O divórcio é delicado, difícil e desagradável.

Duas pessoas não param de ser marido e mulher. Todos se casaram com suas próprias expectativas, aspirações, esperanças. Com seus valores, história de vida.

O divórcio torna-se evidência de fracasso pessoal, fracasso, perda. Nem todos os casais se atrevem a consultar um conselheiro familiar. Se não para preservar o relacionamento, mas pelo menos para um final menos doloroso. Vejo a razão disso, por um lado, na baixa consciência (ir ao psicólogo para não se separar como inimigos é um excelente motivo), por outro lado, na força dos mecanismos de proteção do psiquismo, que impedem as pessoas de tocar em experiências difíceis.

Quando há muita dor, sentimentos de insegurança, injustiça, raiva, quando há traumas próprios vindos da família dos pais, então o divórcio pode se tornar mais difícil.

Se os filhos nascem em casamento, é quase impossível não envolvê-los na redistribuição das relações.

A frase da mulher "Papai nos deixou" é uma ilustração dessa retratação.

O divórcio atualiza em uma mulher as experiências da infância do trauma da rejeição, segurança, estabilidade. Na tentativa de lidar com isso, a criança ferida parte de uma mulher já pode buscar o apoio de seu próprio filho, como a única pessoa próxima. Ou seja, de fato, o filho substitui a figura do pai.

“Papai nos deixou” - um grito de ajuda de uma criança que foi deixada sozinha novamente.

Os pais são um prisma, um padrão de medida, com o qual a criança aprende a conhecer o mundo e a si mesma. Um adulto, cujo prisma era uma curva, distorcendo a realidade do mundo externo e seu interno, trará este papel vegetal para sua vida adulta.

Uma pequena digressão. Quando eles dizem que temos uma maldição sobre as mulheres em nossa família porque todas elas estão se divorciando, então se trata desse mesmo papel vegetal. As maldições ancestrais são cenários familiares, estilos de comportamento que foram reforçados por experiências traumáticas no início e conclusões na forma de atitudes que são passadas de mãe para filha ao longo de várias gerações.

Assim, a mulher, vendo no filho o único nativo, une-se a ele numa forma dolorosa de intimidade - a fusão - e torna o filho participante de um divórcio entre ela e o marido. Como se a criança e a mulher fossem uma só. Papai nos deixou.

Já o divórcio ocorre entre marido e mulher, e não entre mãe-filhos e marido.

Infelizmente, uma criança nesta situação não é capaz de estabelecer um limite entre os pais e dizer aos adultos que seu divórcio é problema deles, e é forçada a aceitar o papel de um pequeno pai adulto.

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