Sobre Psicoterapia "mágica" E Psicoterapeutas

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Anonim

Nos últimos dias, as propriedades "mágicas" da psicoterapia e os mesmos psicoterapeutas "mágicos" entraram novamente na fita. Quando digo “mágico” quero dizer no primeiro caso a magia de livrar-se das emoções negativas e alcançar o Zen, no segundo as pessoas positivas que gostam de tudo e que se comportam muito bem, nunca se ofendem ou irritam, enfim, após supervisão mágica e LT (apenas mágica).

Primeiro pensamento depois de ler coisas como esta. A sério? Que tipo de chukhnya?

Sabe, é incrível ver quando uma pessoa muda diante dos seus olhos, a maneira como ela se comportava, e eu, como psicoterapeuta, fazia parte disso. Como, por exemplo, alguém fala sobre forte irritação, transformando-se em raiva com destruição descontrolada (quebrar pratos, por exemplo), e depois de um tempo descreve o surgimento da irritação e como ele resolve de forma independente toda a situação sem permitir ir além e que o o sentimento em si não é experimentado tão fortemente como antes, mas é mais percebido como um sinal para a necessidade de falar sobre ele.

Vindo para a psicoterapia, você não vai se livrar das emoções negativas, você não vai parar de sentir irritação situacional, dor, depressão, tristeza, você aprende como não cair nisso, como não ficar preso a isso, assim como um rico recurso interno para superar várias situações da vida. E a psicoterapia pretende melhorar a qualidade de vida e levar à cura e à felicidade.

Segundo.

Os psicoterapeutas fora do trabalho são as mesmas pessoas, com problemas, circunstâncias, tragédias, alegrias, alegrias, enfim, me perdoe, mas se você nos enganar, será uma pena, se cortarmos, e cortarmos, então nos sentiremos culpados, nos preocupamos com nossos filhos e parentes, estamos prontos para arrancar e jogar se de repente alguém faz algo ruim para nossos filhos, ficamos com raiva, choramos quando necessário, e assim por diante, enfim, estamos apenas vivos.

Mas o trabalho é completamente diferente. Quando o tempo do paciente começa, nossa vida termina e a existência da pessoa que está sentada à nossa frente começa no mundo. Este é um pré-requisito. E para que tudo isso funcione, precisamos da identidade de um especialista. E aí vem a hora da supervisão. Supervisão não significa livrar o especialista em psi das emoções ensinando-o a sentir apenas os raios positivos do mundo. A supervisão ajuda-nos a viver e a trabalhar sem atravessar mundos, a não trazer para casa, a queimar-se correctamente sem queimar-se, a conduzir correctamente o processo, a interpretar correctamente a contratransferência para o paciente em caso de dúvidas, etc. Por isso, a gente frequenta a supervisão constantemente, profilaticamente, após passar na obrigatória.

A supervisão é um dos métodos-chave e o componente mais importante na formação de psicólogos e psicoterapeutas práticos. As abordagens de supervisão variam de acordo com a escola de psicoterapia. Por exemplo, o paradigma psicanalítico de supervisão está focado no próprio terapeuta, enquanto o paradigma comportamental envolve o treinamento de habilidades-chave.

Chama-se a atenção para a exigência das associações profissionais de que os seus membros tenham na sua experiência um determinado número de horas de supervisão, tanto no decurso dos programas de formação como no seu exercício posterior.

Na minha opinião, este é o método mais importante que contribui para a formação do especialista. Aqui, uma identidade saudável do psicoterapeuta é desenvolvida e aprimorada, cuja aquisição é extremamente importante. A identidade profissional, sendo parte do autoconceito, torna-se um sistema de coordenadas em que tanto a experiência profissional quanto a pessoal de um especialista são interpretadas.

Os processos que decorrem com o psicólogo durante a sua formação na competência profissional podem ser divididos em várias etapas principais, cada uma das quais, passo a passo, empurra o especialista para a individualização, a formação da identidade e do estilo profissionais. Cada etapa tem seus anseios, dificuldades em se relacionar com o cliente e uma dinâmica própria de relacionamento com o supervisor. A superação das dificuldades é o processo de crescimento profissional, e o supervisor, com sua competente participação, garante esse processo de “amadurecimento profissional”.

Winnicott falou de um "ambiente de apoio" na pessoa de "uma mãe suficientemente boa". O desenvolvimento da identidade das crianças está intimamente relacionado com a capacidade dos adultos de se adaptarem às novas necessidades, habilidades e capacidades das crianças. Esta visão descreve perfeitamente o modelo do complexo primário de supervisão e o processo de desenvolvimento do psicoterapeuta da aprendizagem, onde o supervisor se adapta às novas necessidades e habilidades do supervisionado. Portanto, em diferentes estágios de desenvolvimento profissional do supervisionado, o supervisor terá diferentes atribuições.

Pensando nas etapas, e até mesmo pesquisando em busca de soluções prontas (por que reinventar a roda eu mesmo?), Reduzi tudo a 6 etapas principais para me tornar psicoterapeuta:

1. Antecipação

Um neófito limpo e descomplicado, com muitas ideias sobre a profissão e muitas vezes romantizando-a. Esta etapa começa como aluno e termina no primeiro encontro com o primeiro paciente. Se você der alguma característica, então aqui o especialista tem uma ansiedade e uma excitação difusas pronunciadas. Por um lado, há uma novidade estimulante, por outro, uma sensação de incômodo associada à ausência de um objetivo profissional específico. Nesta fase, o papel de um supervisor é muito semelhante ao de um pai de um recém-nascido, onde é importante fornecer segurança suficiente e uma resposta empática profunda.

2. Identificação

Esta fase de desenvolvimento começa com o primeiro trabalho com um cliente. Essa etapa geralmente prossegue “sem dor” e termina quando o especialista percebe seu impacto no cliente.

3. Dependência

Este estágio é caracterizado pelo movimento de um especialista da passividade para a dependência parcial do supervisor e para a atividade posterior. A responsabilidade pelo processo da psicoterapia aumenta muitas vezes. Percebe-se que o especialista pode influenciar o paciente. Nesse estágio, o neófito começa a flutuar, passando de superestimar suas capacidades a subestimando-as incorretamente. O sentimento de onipotência é substituído por culpa pelo que ele supostamente poderia ter feito e não fez. Um sentimento de culpa particularmente forte em um psicoterapeuta iniciante pode surgir se durante o curso da terapia for necessário hospitalizar o paciente.

Este estágio é o mais perigoso. Não são poucos os especialistas que se prendem a ela, desenvolvendo sua dependência da supervisão, encontrando nela conforto, o que diminui a ansiedade profissional.

4. Aceitação de independência

Essa fase ocorre quando o neófito deixa de ser tal e passa a se sentir um profissional, independente, de pleno direito, com seus próprios limites, pool e capacidade de conduzir processos psicoterapêuticos de forma independente, sem “observadores”.

5. Identidade e independência

(Minha fase favorita.) Nesta fase, o problema de desistir da dependência infantil do supervisor está resolvido. Esse processo lembra um pouco a separação dos pais, quando o adolescente segue o caminho de cada vez mais autonomia das figuras de autoridade dos pais. O psicoterapeuta descobre uma nova superpotência - sobreviver sem o apoio de um supervisor. Agora (antes evitado devido à necessidade do vício), as principais divergências com figuras de autoridade estão se tornando mais agudas. As lutas pelo poder nesta fase são a norma.

6. Colegialidade

A parte final para se tornar um profissional. Freqüentemente, é marcado por sua própria busca por trabalho de supervisão, alas, construção de novos relacionamentos.

É aqui que o longo processo de supervisão chega ao fim lógico. O processo de prevenção começa.

Supervisão preventiva

Uma vez que o texto é bastante longo, não vou descrever esse ponto em detalhes. Escreverei isto - aceitação grata da supervisão com um pedido pronto. Repito que a supervisão preventiva é um componente obrigatório da prática psicoterapêutica para um psicoterapeuta. As reuniões com seu supervisor continuam em intervalos regulares.

Muitas vezes, os profissionais que negligenciam a supervisão sofrem de uma necessidade incontrolável de diagnosticar fora do fluxo de trabalho, fazer diagnósticos sem pedir, fazer uma solicitação desnecessária e pedir ajuda. Infelizmente, falta supervisão da massa geral de especialistas.

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