Enurese

Vídeo: Enurese

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Vídeo: Enurese noturna: entenda quando o xixi na cama pode se tornar um problema, com a Dra. Jussara Fontes 2024, Abril
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Anonim

A enurese é algo que frequentemente me aborda. Este é um "sintoma de sorte" graças ao qual os pais, desesperados por ajuda médica, por vezes a conselho de médicos, trazem os seus filhos. Muitas vezes, se não fosse por esse sintoma, ninguém teria percebido as dificuldades que a criança enfrenta. Mas, como qualquer outro sintoma, a enurese em si não tem um significado único.

Isso significa pelo menos algum tipo de estagnação no desenvolvimento ou regressão. Muitas vezes, ele próprio é associado à agressividade e sentimento de culpa. Às vezes, a persistência ou o retorno da enurese noturna é um sintoma seletivo para as crianças que não têm dinheiro para se masturbar. Desde a infância, a masturbação está sempre associada a ameaças dos pais, ansiedade colossal, vergonha e culpa.

Acontece que a criança inconscientemente se recusa a crescer para não perder as prerrogativas de uma idade mais jovem. É por isso que a enurese nunca acaba.

Somente o estudo do estado emocional geral da criança permite determinar qual o obstáculo que ela enfrentou, encontrando a única solução possível para si mesma - a enurese. Para isso, como para os demais sintomas, não existe uma atitude psicoterapêutica única, pois estaria voltada para o resultado e não para a causa.

Em certos casos, a enurese deve ser mantida por algum tempo, necessário para que as próprias causas sejam eliminadas, a despeito da demanda dos pais e do desejo consciente da criança. Do contrário, a recusa desse sintoma, inclusive para "agradar" ao psicoterapeuta e aos pais, pode levar, no futuro, à formação de outro sintoma, possivelmente mais perigoso.

Na prática, há casos em que obtemos resultados imediatos e rápidos, sem consequências na forma de distúrbios de caráter. Via de regra, trata-se de casos de enurese em crianças com grande agressividade. Mas há situações em que é necessário minimizar a importância da enurese noturna, sintoma considerado humilhante por todas as crianças. E é importante que os pais confiem tanto no analista quanto na criança.

Às vezes, será necessário primeiro permitir que a criança tenha um comportamento agressivo geral antes de pedir-lhe que sacrifique o hedonismo local das zonas erógenas do esfíncter.

Trabalhar com crianças menores de 4 anos, de 6 a 7 anos e maiores de 8 anos será diferente. Já a enurese em diferentes estágios de desenvolvimento pode servir de proteção contra diversos conflitos que o psiquismo da criança enfrenta.

O sintoma de enurese tem apenas valor diagnóstico relativo. Só dele, sem o conhecimento do comportamento emocional que o acompanha, é impossível derivar uma compreensão do conflito mental da criança, bem como da terapia; além disso, quando desaparece, a criança em grande parte ainda está no caminho da recuperação, ao contrário do que pensam os pais, para quem apenas o sintoma em si causa ansiedade, e basta ela desaparecer para que eles fiquem satisfeitos, sem saber que esse sintoma está se transformando em outro, muito mais regressivo, como colite, tiques, gagueira, insônia ou instabilidade psicomotora com a ameaça de futuro comportamento sexual ou social inaceitável.

Baseado no livro de F. Dalto "Psychoanalysis and Pediatrics"

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