O Que Posso Dizer Sobre A Dor Mental?

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O Que Posso Dizer Sobre A Dor Mental?
O Que Posso Dizer Sobre A Dor Mental?
Anonim

O que posso dizer sobre a dor mental? Em si, isso não é uma pergunta, é um meio-termo entre um grito de desespero e um lamento lento e silencioso. Lá dentro há algo que te conhece deste lado, aí és uma eterna criança nos arredores da tua infância, vives olhando a relva rompendo os escombros da ferrovia, folhas, ameixas maduras, água na poça, tudo isso é a dor da sua alma, arrancada e jogada fora pelo tempo. E essas experiências estão para sempre comigo, eu vivo nelas, e elas não estão comigo, isso é tudo que tenho agora, algo que está saturado de sentimentos entrando nas memórias de fora, preenchendo-as com sua sombra, que ressuscita neste mundo a noite eterna visível na linha do terminador do horizonte.

Eu vejo isso em cada rosto, dia e noite, cada vez rompendo minha memória nesses momentos de conexão distinta com minha essência real. Talvez agora, eu seja aquele menino, pendurado com os velhos pecados dos meus parentes, vis, mas quente, caloroso, mas com uma sensação de frio, essas roupas sempre foram um pouco mais quentes que o ar lá fora. Meus sentimentos também. Esse menino sou eu, tenho dúvidas sobre quem está escrevendo tudo isso agora. Talvez agora eu seja portador da memória de uma penetração chocante na imagem do meu corpo sensual, que continha tudo o que estava em estado e … desligado. Afinal, acontece, já vi isso por aí mais de uma vez, só num momento tudo deixa de existir como algo mudando, e só fica uma tênue linha de acesso ao corpo sensual, a ferida escorre, essa doença é incurável, em pelo menos não agora.

Tudo ali era na forma de episódios em discussão, traçados em uma sólida portadora do tempo, quando fazia calor, às vezes frio, sempre desconfortável, sempre assustador, sempre amanhã de manhã ou à noite. Você respira e fica mais fácil, você precisa correr pelos campos com girassóis, você pode roubar, cair na grama densa e sentir o frescor da lama inundada em suas mãos, aqui em toda parte há dor de desejos insatisfeitos instantaneamente, de um intriga morta por nascer, de esperança cansada, muito desespero, muito cansaço, muita infância nas citações da idade adulta, e essas roupas esfarrapadas em mim, e uma dor persistente no peito.

Como garçom profissional, carrego meu copo cheio até a borda sem derramar uma gota; você pode aprender a suavizar apenas segurando um vaso de cristal na cabeça. Minha felicidade está no fato de poder sentir essa dor, cada vez que curo a ferida, eu sorrio um pouco, e esse é aquele momento de felicidade em que fico muito feliz por estar assim. Como isso é.

Não posso falar nada sobre a dor, porque Não sei muito sobre mais nada. Este é um fluxo de sentimentos, sempre tão complexo, em cada pessoa que encontro, em cada olhar que vejo alguma coisa, isso sou eu. E não importa quanta música mágica soe em minha cabeça, eu sei, então, tudo será como está. Eu vejo isso como algo lindo, mudando, dando uma sensação da necessidade do momento, o valor do que está acontecendo no inevitável vazio de significados que desaparecem. Essa melodia tem um visual lindo e toda vez que dói, toda vez que dói no peito, muitas vezes dói na cabeça, os olhos fecham por causa dos espasmos, a pele racha como a terra em que eu andei há muito tempo.

Eu sou aquele buraco no chão que se formou ao arrancar ervas daninhas do jardim. Um fractal da alma humana encerrado em um campo variável de minha imaginação. E isso machuca.

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